segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gays: afeminados, promíscuos e vagabundos.

Calma, o título é só pra gerar polêmica.
Depois da indicação de um amigo, resolvi explicar alguns estereótipos gays. Vamos aprender?

1. Todo gay é afeminado: na grande maioria, os gays tendem a ter uma postura mais feminilizada. Mas isso não é regra. Não que seja defeito, mas alguns não gostam e nem admitem trejeitos femininos no seu dia a dia. Mas cá entre nós, é bem divertido soltar a franga de vez em quando.

2. Só é gay quem dá a bunda: isso é o reflexo de uma sociedade machista. Essa cultura de que apenas o passivo é gay, surgiu graças aos garotos de programa que não se consideram homossexuais e sim "trabalhadores". Ser ativo ou passivo não aumenta seu "grau de homossexualidade".

3. Somos todos promíscuos: não somos. O problema é que ser gay, já é promiscuidade para muitas pessoas e isso é agravado graças à imagem que muitas bee's querem passar na sociedade. Da mesma forma que o hétero "galinha" é visto com bons olhos, a bicha que pega todas acha que vai ficar bem. Mero engano. Tenho amigos que querem casar, ter filhos, namoram sério e não transam no primeiro encontro, já outros fazem do sábado uma micareta.

4. Fui molestado quando criança, por isso sou gay: ser molestado quando criança deve ser uma experiência traumatizante, DEVE SER, porque eu sou gay e não fui molestado. 

5. Todo gay quando cresce vira travesti: vamos diferenciar? Gay (homem) é o cara que possui aparência masculina, não quer ser mulher e é atraído sexualmente por outro homem. Travesti é o indivíduo que sente-se confortável vestindo-se de mulher, mas é muito feliz com o seu pinto e pode não ser necessariamente atraído por homens, conheço travestis que gostam de mulher. O transexual é a pessoa que SE SENTE mulher, e não reconhece aquele corpo como o seu.

6. Vivemos na buatchy: aonde? Só se for em um universo paralelo, onde nós não precisássemos pagar nossas contas. Trabalhamos (e muito), como qualquer outra pessoa. Afinal, quem vai pagar a comanda?

7. Queremos pegar qualquer homem que passa na nossa frente: se ele for o Ryan Reynolds, quem nunca? Mas as pessoas (lê-se héteros), têm que entender que não nos interessamos por qualquer pessoa, temos gostos e background, sabemos separar amizade de romance.

8. Queremos "converter" os heterossexuais: pelo amor de Deus, não! A concorrência já tá muito grande!


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Padre, sou gay.

Me dá náusea a forma como os gays são tratados pela grande maioria das religiões. 

Fiz uma pequena pesquisa na internet e descobri que as únicas religiões que aceitam abertamente a homossexualidade são Candomblé e algumas "vertentes" de religiões Espíritas ou Espiritualistas.
Eu sempre fui uma pessoa muito Católica. Muito mesmo. Em uma época da minha vida, ia todos os dias à missa. TODOS OS DIAS
Enquanto católico, nunca me senti à vontade, para abordar assuntos como esse, quando me confessava com o Padre a frase: "Sou gay" aparecia na ponta da língua e era engolida, como se eu tivesse motivo para me envergonhar disso. 

Depois de algum tempo, influenciado por uma amiga, decidi conhecer uma igreja evangélica. Me arrependo até hoje.
Os evangélicos, diferente dos católicos, possuem uma recepção mais calorosa e supostamente são mais abertos à aceitação. Engano. 
Senti que eles conquistam, fazem questão de mostrar preocupação e depois o fazem acreditar o quanto você é pecador por ser gay. Eu sei que Deus me ama de qualquer forma, mas o que o Pastor prega é que somos erros de Deus. 

Deus erra? Como vou frequentar um lugar que me considera uma aberração da natureza?

Se todas as religiões soubessem o número de gays, lésbicas e transgêneros que suicidam-se pelo fato de se considerarem erros, faria com que seus líderes não dormissem à noite. Sem mencionar toda a culpa sentida pelos gays. Toda dificuldade que é ser aceito em uma sociedade hipócrita e o desprezo daqueles que supostamente, deveriam nos amar de qualquer forma, a família.

Padres, Pastores, Rabinos e demais representantes religiosos, ser gay é apenas mais uma característica humana, como ser narigudo, alto ou magro. Ensinem aos seus fiéis, o amor incondicional que Deus possue por todas as suas criaturas e não o ódio e a intolerância. 

Ah! E pode ter certeza, minha orientação sexual não é o que vai determinar a minha entrada no céu.



Twitter do Cabeça Gay

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Amigo de bicha, é bicha?



Quando criança, minha mãe sempre reclamava das minhas amizades, “Você só tem amiga mulher? Cadê seus amigos?”. 
As meninas, na época da escola, sempre aceitam melhor os gays, sempre me identifiquei mais com elas. Nunca gostei de futebol, lutas e carrinhos. Geralmente os garotos são os que provocam bullying,  e isso torna a  amizade entre gays e meninas inevitável. 
Diferente de muitos gays, tenho um circulo de amigos héteros bem grande. 
E o dilema surge: não sei vocês, mas eu reparo uma mudança de comportamento de alguns amigos (heterossexuais), na companhia de seus amigos (também heterossexuais), não é um sentimento de exclusão, apenas sinto uma leve diferença na forma como sou tratado. Vou usar um exemplo: se estou com meus amigos gays e um amigo hétero também, não sou tratado por ele, com adjetivos como “viado”, “bicha” e equivalentes. É sempre pelo nome. Sem apelidos. Já quando a situação se inverte, eu sendo o único gay, sou tratado por apelidos e brincadeirinhas sexuais sem graça. Será isso o reflexo de uma infância onde o certo é caçoar os gays?

Os héteros que têm amigos gays precisam entender que queremos ser tratados de igual pra igual.
            
           O que também me irrita é o surgimento do “assunto gay”. Perguntas do tipo: “Quando você descobriu que é gay?”, “Você já comeu mulher?”, “Como você sabe que é gay se nunca transou com uma mulher?”. Eu sempre respondo: “Quando você descobriu que é hétero?”, “Você já comeu um homem?”, “Como você sabe que é hétero se nunca transou com um homem?”.
Agora, pode ter certeza, se o “assunto gay” for abordado muitas vezes, você pode estar conversando com um possível homossexual no armário.
            
Dicas para se manter uma amizade gay e hétero, saudável:
1.     Não fantasie. Se o seu amigo é hétero, você nunca vai pegá-lo;
2.     Nada de brincadeirinhas sexuais;
3.     Não fale só sobre assuntos que nós dominamos;
4.     Ajude-o a pegar mulher, ele pode ser uma ótima isca para gays;
5.     Se dê o respeito, não deixe ser rebaixado e não admita brincadeiras sem graça.

E você, acha possível uma amizade sem atritos entre gays e héteros? Comente e nos siga no @CabecaGay

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Primeiro Post

Um dia ouvi uma conversa entre meus pais e meus tios, impulsionados pelo sucesso do personagem Crô, um gay afetado, submisso, digno de pena, que é retratado na novela Fina Estampa da Rede Globo, “-Eles não gostam de ser chamado de viado, não!” exclama uma tia com tom irônico; “E é pra chamar de que?” indaga minha mãe, que em relação a assuntos como esse, prefere manter-se ignorante, não por falta de oportunidade. Apesar de não ser “verbalmente” assumido, sempre trago à tona assuntos relacionados à homossexualidade (dos outros), para dentro de casa.  Risadas, risadas, entro na sala. Silêncio.
Seria um silêncio de “respeito”?
O que mais me irritou na conversa, por incrível que pareça não foram as risadas, foi o uso do “eles”.
A forma como o “eles” foi usada, me transpareceu preconceituosa, com uma conotação de distância, de “não faço parte daquele grupo”. Mal eles sabem (ou preferem não saber), que possuem um “daqueles” dentro de casa. Eu, depois de inúmeros absurdos observados, prefiro sempre me distanciar quando o assunto “gays” vem à tona entre meus familiares. É como se eu preferisse me poupar, ou, sabendo da ignorância impulsionada pelo tradicionalismo cristão da minha família, preferisse não me magoar com opiniões geradas por simples e puro pré-conceito.
O “Cabeça de Gay” vai servir pra que possamos debater vários assuntos relacionados ao mundo gay, dos mais fúteis aos mais complexos e suas ramificações, família, amigos, sociedade, comportamento, sexo. Tudo isso feito por leitores que não são psicólogos ou psiquiatras, mas possuem conhecimento de causa. Para ajudar a nós gays, entendermos ainda mais nossa condição e fazer com que os héteros enxerguem além do que lhes é transmitido pela mídia e por uma sociedade cheia de preconceitos. Espero que gostem. Beijos.


Mande sua história ou algum assunto que você queira debater para cabecagay@gmail.com
Nos siga em @CabecaGay